Uma premissa arrepiante
Still Wakes The Deep começa com um conceito que, por si só, já é assustador: estamos numa plataforma petrolífera em alto-mar quando algo misterioso acontece e a nossa sobrevivência passa a estar em risco. Para quem sofre de talassofobia, a simples ideia de estar isolado no meio do oceano é suficiente para provocar arrepios. Esta premissa é um dos pontos fortes do jogo, pois cria logo de início uma atmosfera de desconforto e claustrofobia.
Terror ou narrativa?
Apesar de se assumir como um jogo de terror, a experiência não é marcada por momentos de tensão constantes. Existem criaturas grotescas que cruzam o caminho do jogador, mas raramente chegam a causar verdadeiro medo. A sensação que fica é a de que o foco principal da equipa de desenvolvimento não foi criar sustos, mas sim contar uma história imersiva e bem construída. Nesse aspeto, o jogo cumpre o seu papel, oferecendo uma narrativa envolvente que nos prende até ao fim.
Imersão através da arte e da atmosfera
Os visuais de Still Wakes The Deep são um dos maiores destaques. O trabalho artístico e técnico consegue transmitir a sensação de isolamento e perigo de forma impressionante. Por momentos, parece mesmo que estamos dentro da plataforma Beira D, a ouvir o ranger metálico da estrutura ou a sentir o peso do mar que a rodeia. Essa imersão é reforçada não só pelo grafismo, mas também pelo cuidado nos detalhes do ambiente.
Problemas técnicos que quebram a experiência
Infelizmente, nem tudo corre tão bem quanto o ambiente visual. Ao longo da gameplay surgem diversos bugs, alguns menores mas irritantes, e outros mais sérios que comprometem o progresso. No meu caso, um erro crítico já no final do jogo impediu-me de avançar, forçando-me a recorrer a vídeos para conhecer os últimos minutos da narrativa. Este tipo de falhas técnicas é frustrante e tira algum brilho à experiência, sobretudo num jogo que aposta tanto na sua história.
Um balanço final
Still Wakes The Deep é uma experiência que mistura bons momentos narrativos e uma atmosfera imersiva com falhas técnicas que impedem o jogo de alcançar todo o seu potencial. O conceito inicial é forte, a história é bem contada e a estética visual impressiona, mas a jogabilidade limitada e os bugs fazem com que a experiência se torne irregular. No fim de contas, é uma viagem que vale a pena para quem gosta de narrativas intensas e ambientes bem trabalhados, mas que podia ter sido bem mais memorável se estivesse mais polida.
Pontuação Final: 6.5
Ficha Técnica
Título: Still Wakes The Deep
Género: Aventura / Terror narrativo
Duração: 5 a 7 horas
Plataformas: PlayStation 5, Xbox Series X/S, PC
Plataforma utilizada para a review: Xbox Series S